Na pintura renascentista as figuras eram dispostas numa composição estritamente simétrica, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitiram criar distâncias e volumes que pareciam ser copiados da realidade. A reprodução da figura humana, a expressão de suas emoções e o movimento ocuparam lugar igualmente preponderante. Os temas a representar continuavam sendo de caráter estritamente religioso, mesmo que, com a inclusão de um novo elemento a burguesia, que queria ser protagonista da história do cristianismo. Não é de admirar, portanto, que as pessoas se fizessem retratar junto com a família numa cena do nascimento de Cristo, ou ajoelhadas ao pé da cruz, ao lado de Maria Madalena e da Virgem Maria.
Até mesmo os representantes da Igreja se renderam a esse curioso costume. Muito diferentes no espírito, embora nem por isso menos valiosos, foram os resultados obtidos paralelamente nos países do norte. Os mestres de Flandres, deixaram de lado as medições e a geometria e recorreram à câmara escura, também conseguiram criar espaços reais no plano, embora sem a precisão dos italianos. A ênfase foi colocada na tinta (foram eles os primeiros a utilizar o óleo) e na reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.
O artista do Renascimento não via mais o homem como simples observador do mundo que expressava a grandeza de Deus, mas via como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo era pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
O Renascimento Italiano se espalhou pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. Foram eles: Dürer, Hans Holbein e Bruegel.
Na antiguidade a pintura era vista como um ofício, o que era comum em todas as artes. Os mestres pintores recebiam encomendas importantes e tinham de executar quadros num tempo limitado, com conteúdos pré-definidos e destinados a um fim pré-determinado. Mas, há cerca de 700 anos os pintores começaram a lutar pela liberdade criativa, a lhes emprestar um conteúdo que não se limitasse ao motivo principal, apenas.
Na Renascença, a pintura é enriquecida de novo processo técnico – o processo a óleo, mais prático do que os processos conhecidos dos afrescos, têmpera e encáustica. O homem desta época já é um homem moderno, de espírito racionalista e mentalidade científica. Enquanto a ciência da Idade Média era a Teologia, isso é, o estudo e o conhecimento de Deus, a ciência da Renascença era o Humanismo, o estudo e o conhecimento do homem. Esta visão encontra-se documentada pela primeira vez na pintura de Giotto di Bondone.
A pintura renascentista caracteriza-se pela aplicação de leis matemáticas e princípios geométricos na composição; vemos isso na 'Ceia' de Leonardo e na 'Transfiguração' de Rafael. Pelo realismo visual e pelo reaparecimento da representação do espaço e do volume, através da perspectiva científica e o claro-escuro, ignorados desde a antiguidade.
Embora representando temas religiosos a pintura renascentista não é mística, simbólica nem deformadora, mas realista e de inspiração realista e profana. As teorias artísticas renascentistas fundaram-se no conhecimento e estudo das obras da antiguidade clássica greco-romana que na época começaram a ser descobertas e admiradas pela iniciativa de príncipes e papas protetores das artes.
O espírito do humanismo, a atenção e o interesse que começava a manifestar no povo, também se fez sentir no aparecimento de um novo gênero: 'o retrato'. Os pintores renascentistas começaram por se concentrar na possibilidade de individualização: ou seja, do rosto. Os pormenores eram registrados fielmente. A utilização mais usada, a princípio, era o perfil, pois partia-se do princípio que era a forma que oferecia menos possibilidades de variar e atenuar, podendo corresponder à maior exatidão. Assim foram os primeiros retratos renascentistas, muito parecidos com as moedas e medalhas antigas, que os artistas da época estudavam exaustivamente.
Masaccio foi o primeiro pintor a reconhecer o que a descoberta da perspectiva significava para a pintura. Em 1427, executou na igreja Santa Maria Novella, um fresco da Santíssima Trindade que chocou os fiéis. A ilusão de espaço que parecia real contrariava totalmente os hábitos visuais vigentes até então. Os fiéis pensavam que o pintor tinha feito um buraco na parede que mostrava uma capela vizinha.
Piero della Francesca, também foi um dos primeiros pintores do Renascimento italiano a reconhecer o poder harmonizante da luz e a sua importância para os fenômenos materiais e da cor.
Com a Flagelação de Jesus Cristo mostra que a ação principal se desenrola num salão com colunas ao fundo do quadro, enquanto que em primeiro plano se vê um grupo de homens.
Sandro Botticelli mostra que sua pintura deixa de ser estática, ganhando movimento de uma forma nunca vista. Nascimento de Vênus, representa um tema mitológico, nascida da espuma das ondas – deusa da beleza e do amor -, ergue-se de uma concha (símbolo da fertilidade), conduzida pelos deuses do vento sobre o mar movimentado até a margem onde é envolta num manto vermelho por Flora, deusa das flores. Os cabelos esvoaçantes e os trajes dão uma leveza agitada ao quadro.
Andrea Mantegna, com 'A Deposição de Cristo', é igualmente a prova como os pintores do Renascimento contribuíram para esse desenvolvimento alucinante que só levou um século, elevando-se em voos artísticos cada vez mais audazes. O que é fascinante nessa obra é a inserção do observador na composição. Mostra um Cristo dramático, escorço. O corpo parece alongar-se para dentro do espaço.
Leonardo Da Vinci é o protótipo do homem criativo renascentista, o homem universal. Não só foi o inovador da pintura, como também possuía vasto conhecimento relativamente a todos os campos das ciências da época, assim como da técnica e da arquitetura. As suas obras influenciaram muitos artistas através dos séculos. Cito sua Mona Lisa – pequeno quadro, 77 x 53 cm, pintado em 1503.
Miguel Ângelo Buonarroti é o espírito que aperfeiçoou o Renascimento e cuja obra mostra a grandeza e o drama da época como em nenhum outro artista. Seus trabalhos de pintura, escultura e arquitetura constituem uma unidade cuja figura central é o ser humano criador, a sua força e o seu sofrimento. Para Miguel Ângelo a criação artística era uma espécie de religião universal, um instrumento para a percepção do homem como ser e do mundo que o envolve. Cito 'A Criação de Adão' , Capela Sistina / 1508.
Ticiano, em 'A Vênus de Urbino' mostra o contraste com o fundo escuro. Os traços individualizados da modelo, representação viva do corpo na pintura de tons quentes, reveste a obra de um caráter extremamente íntimo.
Fonte(S):http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/historia/historia_da_arte/renascimento_cultural/hist_arte_2_renascimento_pintura
http://taislc.blogspot.com.br/2008/09/pintura-renascentista.html
Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci
História rápida (Homem Vitruviano)
Homem Vitruviano - é um desenho famoso que acompanhava as notas que Leonardo da Vinci fez ao redor do ano 1490 num dos seus diários. Descreve uma figura masculina desnuda separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. A cabeça é calculada como sendo um oitavo da altura total. Às vezes, o desenho e o texto são chamados de Cânone das Proporções.
Examinando o desenho, pode ser notado que a combinação das posições dos braços e pernas formam quatro posturas diferentes. As posições com os braços em cruz e os pés são inscritas juntas no quadrado. Por outro lado, a posição superior dos braços e das pernas é inscrita no círculo. Isto ilustra o princípio que na mudança entre as duas posições, o centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel.
O nome "Vitruviano" foi em homenagem a Marcus Vitruvius Pollio: arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 a.C.), único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Hidráulica, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, desde o Renascimento.
O nome "Vitruviano" foi em homenagem a Marcus Vitruvius Pollio: arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a obra "De Architectura" (10 volumes, aprox. 27 a 16 a.C.), único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos sobre Hidráulica, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, desde o Renascimento.
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